As ações da farmacêutica Biomm, listada no Bovespa Mais e de baixa liquidez, registraram um pregão atípico ontem, na esteira da assinatura de um acordo para distribuição e comercialização de insulina humana inalável em pó com a americana MannKind Corporation, conforme anúncio na noite de quarta-feira.
Os papéis ON da companhia, fundada em 2001 pelos irmãos Marcos e Walfrido dos Mares Guia e pelo empresário Guilherme Emrich para produzir insulina no país, subiram 47,3%, para R$ 11,05 após 378 negócios. O volume negociado, de R$ 1,4 milhão, superou em muito a média diária para a ação, de R$ 13 mil em maio e de R$ 23 mil em 2017.
Pelo acordo, a Biomm será responsável pelo processo de registro do medicamento, sob a marca Afrezza, na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo registro de preço junto à Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos (CMED). Após a obtenção dos registros, a insulina começará a ser fornecida pela MannKind para a Biomm, que assumirá a promoção, distribuição e venda no Brasil.
“Consideramos o Afrezza uma forma inovadora de tratamento muito aderente ao nosso portfólio”, diz em nota o executivo-chefe da Biomm, Heraldo Marchezini. Segundo ele, a farmacêutica brasileira será a primeira a trazer para o mercado local “uma solução diferenciada para aplicação de insulina de ação rápida que pode ser usada, por exemplo, no horário das refeições”
A Biomm encerrou um aumento de capital – o prazo de subscrição das sobras foi encerrado em 25 de maio. No total, foram subscritas 4.481.455 ações, resultando a captação de R$ 31,4 milhões, ao preço unitário de R$ 7,01. A operação, segundo documento encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), teve por objetivo “atender certas condições” para liberação de parcelas remanescentes de contrato de financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fortalecer a estrutura de capital para fazer frente ao desenvolvimento das atividades operacionais e reduzir o nível de endividamento.
Em entrevista ao Valor no início do ano passado, Marchezini contou que a Biomm havia revisado os planos para a fábrica de Nova Lima (MG), com operação postergada para 2018. O início da operação comercial da Biomm, porém, foi mantida para este ano, por meio de acordos de distribuição de medicamentos. A farmacêutica nasceu de uma cisão parcial da Biobrás, que era a maior produtora brasileira de insulinas no início dos anos 2000.
Fonte: Valor econômico