14 de novembro comemora-se Dia Nacional do Diabetes
Amanhã, 14
de novembro comemora-se o Dia Nacional do Diabetes. É uma data importante
porque, segundo dados atualizados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD),
existem hoje no País 12 milhões de diabéticos, e é preciso planejar o futuro
para prevenir o agravamento da situação, por conta do estilo de vida da
população. Antes da atualização, estimava-se 7,6 milhões. Os dados da
“International Diabetes Federation” (IDF), apontavam o Brasil em quinto lugar
no mundo em volume de casos, depois da Índia, China, Estados Unidos e Rússia.
Não é à toa,
portanto, que laboratórios farmacêuticos, como a Torrent do Brasil, estejam
direcionando suas pesquisas e produtos para combater esta doença crônica, que
se caracteriza pelo aumento dos níveis de glicose no sangue (hiperglicemia) e
que pode estar associada a complicações que atacam os rins, olhos e nervos, por
exemplo. Existem vários tipos de diabetes, mas os mais frequentes são o
diabetes tipo 2 (cerca de 85%) e o diabetes tipo 1 (em torno de 10%).
A Dra. Erika Paniago Guedes, médica endocrinologista e mestre em
endocrinologia pela UFRJ, em recente palestra promovida pela Torrent do Brasil
à classe médica, ressalta que o diabetes tipo 1 é acomete mais frequentemente
crianças e adultos de até 30 anos de idade. “Geralmente os pacientes são magros
e a doença, uma vez iniciada, se agrava em alguns dias ou semanas). As pessoas
podem nascer com predisposição genética para a doença e fatores externos, como
viroses e estresses, funcionam como gatilhos”. Já o diabetes tipo 2, ocorre
mais após os 40 anos de idade e está muito associado à história familiar desta
doença e obesidade”
É possível
prevenir o diabetes tipo 2 adotando hábitos de vida mais saudáveis, como
alimentação balanceada e atividade física regular e a perda do excesso de peso.
Quando apenas isso não resolve, são utilizados medicamentos, especialmente nos
casos em que o controle da glicose está piorando. A médica destaca muitos
problemas de saúde surgem a partir do diabetes, mas a principal causa de
mortalidade é a doença cardiovascular, como infarto agudo do miocárdio e
acidente vascular cerebral. “Obesidade, diabetes, hipertensão arterial e
dislipidemia (alterações no colesterol e triglicérides) se somam com frequência
ao problema, aumentando o risco cardiovascular”.
Para o
diabetes tipo 1, diz a Dra. Erika Paniago Guedes, o tratamento é feito com
insulina desde o momento do diagnóstico. No paciente com diabetes tipo 2, são
indicados medicamentos orais, embora em alguns casos possa ser necessário
tratamento com insulina. Ela destaca alguns medicamentos disponíveis no Brasil,
como a metformina, que atua diminuindo a produção de glicose pelo fígado. “É
segura, com pouco efeito colateral e barata”. Também existem as sulfoniluréias,
em uso desde a década de 1950. Dentre as sulfoniluréias, a gliclazida é a mais
segura, com menor risco de hipoglicemia. Além disso pode ser usada em dose
única diária, o que ajuda na adesão ao uso do medicamento. “É a única
sulfoniluréia com um estudo de peso divulgado, o “Advance”, que mostrou redução
do risco de complicações microvasculares”. Outra opção é a pioglitazona, que
melhora a ação da insulina e está associado à redução de triglicérides, aumento
de HDL, (o chamado “colesterol bom”) e redução de pressão arterial. Finalmente,
dispomos dos inibidores de DPP-4 os análogos de GLP-1 e os Inibidores de
SGLT-2.
Um
estudo importante – O estudo ADVANCE foi desenhado para avaliar o
impacto do tratamento intensivo com glicazida comparado ao tratamento habitual.
O estudo foi conduzido em 215 centros de pesquisa, em 20 países e incluiu
11.140 pacientes com diabetes tipo 2, acompanhados por 5 anos. A média de idade
dos participantes era 66 anos, com doença cardiovascular ou com fator de risco
cardiovascular. No fim dos 5 anos, os pacientes que receberam gliclazida MR
mostraram controle glicêmico melhor do que os que receberam tratamento
habitual. Do total, 2.125 participantes tiveram evento macrovascular maior ou
microvascular. O controle glicêmico mais intensivo reduziu a incidência de
eventos macro e micro vasculares combinados em 10%. Em relação aos eventos
microvasculares, houve significativa redução do risco de 14%. Houve
redução de 6% no risco de eventos macrovasculares maiores, mas sem
significância estatística. O total de pacientes que foram a óbito no período
foi de 1.031, com 8,9% no grupo intensivo e de 9,6% no controle. Houve redução
de risco de 12% em mortes por causas cardiovasculares e 7% em mortes por todas
as causas.
A Dra. Erika
alerta que muitos pacientes não admitem que têm diabetes e usam termos como
“tenho glicose alta”. Assim, acabam não aderindo direito aos tratamentos, o que
dificulta o para o tratamento da doença. “Há também o mito que relaciona o
início do uso de insulina com o aparecimento de complicações crônicas, do tipo
‘quando meu vizinho começou a usar insulina, ficou cego’, quando na verdade o
que causou a complicação foi o tratamento anterior inadequado. Se o paciente se
tratar desde o diagnóstico, buscando as metas de controle glicêmico, o risco de
complicações é menor. É preciso educar o paciente e derrubar os mitos que
atrapalham o tratamento”, afirma a medica.