Enquanto o preço do combustível dispara nas bombas dos postos de gasolina do Recife, o consumidor se prepara, ainda, para o aumento de valores nos medicamentos. De acordo com o Ministério da Saúde, todos os remédios serão reajustados a partir desta próxima sexta-feira (31). O percentual ainda não foi divulgado, mas muitas farmácias já alertam o consumidor na tentativa de estimular as compras e garantir a venda com valores mais em conta. De acordo com estimativas da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), os produtos devem ficar, em média, 3,4% mais caros.
Na opinião do diretor de acesso da Interfarma, Pedro Bernardo, como o setor de farmácias apresenta alta competitividade, o preço final não deve sofrer muito impacto. Remédios mais comuns, produzidos por várias indústrias, com muitas opções de genéricos, tem uma margem de reajuste menor por causa da concorrência. Os produtos mais impactados são remédios mais novos. Nesses casos, o aumento chega a até 5%, explica o diretor de acesso da Interfarma, Pedro Bernardo.
Com o anúncio de preços mais elevados, é comum o consumidor se antecipar e comprar medicamentos em maior quantidade para economizar. A prática, entretanto, merece atenção, conforme destaca o diretor do Conselho Geral de Farmácias de Pernambuco.
Se estamos falando de medicamentos para doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, pode valer a pena. No caso dos remédios de uso pontual, como dipirona, se torna arriscado, porque não há data certa para uso e o produto fica exposto a crianças e animais, ensina.
Comprar com antecedência não é a única forma de economizar. Além de pesquisar preços e tentar pechinchar, o consumidor pode recorrer a programas de fidelidade. Também é possível, no caso de medicamentos de uso crônico, o paciente pesquisar se os remédios fazem parte de programas de subsídio do governo federal ou são oferecidos de forma gratuita, orienta o educador financeiro José Vignolli, do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Na internet, muitos medicamentos são vendidos com preços mais baixos em lojas autorizadas e confiáveis. Eles vêm diretamente da sede da empresa, e acabam custando menos, aponta Vignolli. Apostar nos genéricos também continua sendo uma das maiores saídas para economizar.
SETOR
Mesmo frente a um cenário de recessão econômica, o mercado farmacêutico brasileiro continua a crescer. No ano passado, faturou R$ 83,3 bilhões segundo dados da CloseUp International, um crescimento de mais de 12% na comparação com 2015.
Em relação ao número de unidades de medicamentos vendidos, a alta foi de 7,2% na comparação anual. Os dados são do IMS Health, reproduzidos pela Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan).
Fonte: Jornal do Commercio